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Qual é o futuro do trabalho? Entrevista com José Ramón Villaverde

Qual é o futuro do trabalho? Entrevista com José Ramón Villaverde

O 1º de maio foi Dia Internacional do Trabalhador, também conhecido como Dia do Trabalho na maioria dos países, e marca a celebração das realizações dos trabalhadores em todo o mundo. O mundo do trabalho vem mudando nos últimos anos, acelerado pelas transformações digitais das empresas, abrangendo inclusive a própria dinâmica do relacionamento entre equipes e gerentes. Conversamos com José Ramón Villaverde, Especialista em Soluções WFM da equipe espanhola SISQUAL, para entender, de seu ponto de vista, quais serão as tendências emergentes do futuro do trabalho.

Em outro artigo você disse que “a palavra transformação digital já é uma realidade e aqueles que não a abraçarem se perderão”. Você acha que a evolução tecnológica é um dos principais fatores que condicionam e ditam as mudanças no panorama do emprego?

Eu acho que o conceito de transformação digital é ambíguo e tem muitos limites. Antes de mais nada, temos que ser claros sobre o tipo de empresa que somos, nosso horizonte e nossos objetivos. Em outras palavras, deve haver um consenso entre os valores da empresa e a tecnologia que integramos. Muitas vezes, nos encontramos com diferentes ferramentas que temos reunido sem nenhuma razão, e não sabemos para que usá-las. Primeiro, devemos diagnosticar e depois adaptar a melhor ferramenta para nossa empresa. Por outro lado, temos que ser claros sobre as capacidades de nossas equipes, porque nem todos são nativos do digital e é muito diferente fazer o download de uma aplicação móvel do que utilizar um ERP específico. É óbvio que não há futuro sem a transformação digital. No entanto, antes de embarcarmos na aventura, precisamos nos adaptar e ser muito claros sobre o que são nossos processos, a fim de torná-los mais eficazes e eficientes e, se possível, automatizados. Depois de tudo isso, serão gerados passos para alcançar a transformação total, o que também envolve um enorme processo de treinamento de nossas equipes e de divulgação da comunicação interna.

O que devemos esperar do trabalho no futuro?

A primeira frase que me vem à mente é a reafirmação de perguntas tão contundentes, e por quê? De repente surgiram palavras ininteligíveis, tais como algoritmo, banco de dados, aprendizagem de máquinas, cadeia de bloqueio, etc… e isso pode causar inquietação simplesmente porque não somos uma sociedade nativa digital. O trabalho do futuro depende da capacitação da sociedade, e para isso precisamos de centenas de horas de treinamento e meios para esta transformação digital. Em segundo lugar, devemos adaptar nossa força de trabalho ao tipo de indústria que temos, a fim de torná-la competitiva e excelente. Serviços, produtividade, e assim por diante. Ao mesmo tempo, o trabalho do futuro exigirá, acima de tudo, que nossas habilidades, sejam atitudinais ou aptitudinais, sejam tão transversais quanto possível.

Como as empresas podem se preparar para estas tendências?

Devemos eliminar destas grandes perguntas as respostas cheias de elementos retóricos ou demagógicos. Um dos grandes mantras é “cara a cara”. Este termo é freqüentemente usado de uma forma muito tendenciosa. Acho que precisamos olhar para o fato de que somos uma cultura de contato, ou seja, precisamos tocar e ver, estar com nossos colegas de trabalho, mesmo que logo em seguida estejamos reclamando uns com os outros. Adoramos a interação e se olharmos para ela, nestes meses pandêmicos, estamos igualmente felizes de nos teletrabalhar, mas por outro lado, sentimos muita falta de trabalhar com os colegas. Penso que a primeira premissa do trabalho do futuro é que com objetivos departamentais ou pessoais atribuídos, cada funcionário pode (se possível, dentro de sua competência) adaptá-los de forma híbrida entre seu escritório e sua casa. Isto é um bom começo para focalizar a questão. Depois disso, é óbvio que devemos falar de flexibilidade, adaptando os acordos trabalhistas aos novos tempos e, sobretudo, adicionando variáveis de produtividade e benefícios sociais à remuneração. Ao mesmo tempo, devemos acrescentar à causa portais de funcionários como um meio muito útil de comunicação interna. A empresa deve aprender a se comunicar melhor e melhorar a interação, atrair talentos dentro da empresa, reduzir a rotatividade ou o absenteísmo, e promover o conceito de pertencimento.

Na sua opinião, que características deve ter o líder do futuro?

A palavra líder e liderança deve ser bem definida em tempos de ausência total de líderes em todos os campos. Eu acho que um líder deve ser capaz de ler bem a realidade, tanto a que afeta a empresa quanto a que afeta a própria sociedade, a fim de extrair dela as melhores táticas e estratégias. Ele ou ela deve encorajar o espírito empreendedor e encorajar as pessoas a assumir riscos sem medo das conseqüências e, portanto, com novos conhecimentos, o todo crescerá. É importante diminuir a hiper liderança, diminuir o ruído e incentivar a escuta ativa, o que pode ser feito, por exemplo, lendo tabelas de dados e a partir daí tomar a melhor decisão.

Em conclusão…

Há várias tendências que podem vir a moldar o futuro do trabalho e que vêm ganhando notória importância recentemente. Entretanto, e se há uma coisa que a pandemia nos ensinou, é que é quase impossível prever a direção que o mundo vai tomar. Somente uma coisa podemos ter certeza: as empresas que não se adaptarem às novas realidades não serão capazes de manter uma vantagem competitiva. Assim, é crucial que as empresas se preparem para uma série de possibilidades, mantendo práticas de adaptação rápida à mudança, seja a partir das necessidades do próprio mercado ou de seus próprios funcionários.

A SISQUAL já tem em seu portfólio soluções que podem ajudá-lo a planejar efetivamente sua força de trabalho e a se adaptar e liderar mudanças de forma produtiva e lucrativa, sem comprometer a qualidade. Não hesite em entrar em contato com nossa equipe. Teremos o maior prazer em ajudá-lo a alcançar a máxima eficácia com suas equipes.

O entrevistado: José Ramón Villaverde

José Ramon é um especialista em WFM e tem larga experiência em recursos humanos. É apaixonado por cultura, foi apresentador do programa de televisão “La nueva ruta del empleo” e o seu maior passatempo é a escrita, sendo autor de 4 livros: 3 de ficção: ‘Otto, (Editorial Hades 2019)’, ‘El baile de las ortigas (Editorial Haces 2017)’ y ‘Deconstrucción de una lágrima (Editorial Hades 2014)’ e de não ficção, o livro ‘Películas, buenos consejos y cómo encontré trabajo.